top of page

ROTARY CLUB DO RIO DE JANEIRO

UM SÉCULO DE AÇÕES E SOLIDARIEDADE

2023 é o ano de celebrarmos o centenário da fundação do Rotary Clube do Rio de Janeiro, o primeiro Rotary Club do Brasil e de todos os países da língua portuguesa.

1923 - Fundação do RC Rio de Janeiro.jpg

História

Em 29 de janeiro de 1921, um grupo de homens de negócios e profissionais liberais fundou, na cidade do Rio de Janeiro, o que pretendia que fosse o primeiro Rotary Club do Brasil. Rotary International, entretanto, ao receber o pedido de filiação do novo clube e verificando a predominância de nacionais de outros países entre aqueles dezessete membros fundadores, desaprovou a sua constituição e sugeriu que viessem a ser convidados mais brasileiros.

Os signatários daquela primeira ata logo se dispersaram e, somente em 15 de dezembro de 1922, quase dois anos depois, veio o Rotary Club do Rio de Janeiro a ser, efetivamente, criado, mediante notável trabalho realizado por Heriberto Percival Coates, então membro do Rotary Club de Montevidéu e representante do Rotary International para a fundação do primeiro clube em país de língua portuguesa. Dentre os seus fundadores, apenas Herbert Moses havia assinado a ata de 29 de janeiro de 1921: Richard P. Momsen, ausente do país, somente ingressou no clube onze meses mais tarde.

Cumpre destacar a atuação de Robert Shalders, secretário geral do clube durante os cinco primeiros anos. Shalders, por seu entusiasmo e persistência, foi, certamente, o grande responsável pela consolidação da nova unidade rotária e o seu grande arquiteto.

A Década de 1920

Como disse Alberto Amarante em seu precioso livro Contribuição à História do Rotary no Brasil, editado em 1973 ao ensejo do aniversário de cinquenta anos do Rotary Club do Rio de Janeiro, pouco se sabe das atividades do clube durante os dois anos iniciais de sua vida, pois os seus anais somente começaram a ser escritos em 14 de novembro de 1924, com a publicação do primeiro boletim de suas reuniões, na época chamado Notícias Rolarias. A partir de então e até hoje, as atas dos trabalhos do clube vêm registrando, cuidadosamente, os fatos mais notáveis ocorridos em nossa cidade e no próprio país. A constatação de haver o clube preservado esse acervo já evidencia um relevante serviço prestado à cultura brasileira, pois os acontecimentos ali relatados, muitos dos quais não perpetuados alhures, demonstram que os primeiros rotarianos, e os que os seguiram, além de vivenciarem episódios históricos importantes, sobre eles exerceram, algumas vezes, fundamental influência, estimulando-os, motivando-os e, até mesmo, provocando-os.

Na verdade, o Clube do Rio foi criado em época de grandes transformações.

Na velha Europa, o espetro da guerra parecia estar definitivamente afastado e os estadistas, debruçados sobre as mesas de negociações, teciam acordos e tratados, com os quais acreditavam assegurar a paz por que ansiava uma humanidade tão sofrida.

Erasmo Braga, em nosso clube, acompanhava de perto todas essas tratativas, apoiando-as ou criticando-as, mantendo os seus companheiros sempre bem informados.

O ano de 1922, que viu surgir o rotarismo no Brasil, foi particularmente significativo. Em São Paulo, na Semana de Arte Moderna, os artistas e intelectuais brasileiros rompiam com os estilos tradicionais, numa demonstração da maturidade da cultura de vanguarda em nosso país. A preocupação com a arte, no terreno da música, da pintura, da caricatura, da literatura, da poesia e do teatro, foi sempre uma constante entre os rotarianos. Todas as nossas grandes festas, como se verá adiante, foram sempre emolduradas com representações artísticas dos maiores nomes da cultura brasileira, como Coelho Netto, Eleazar de Carvalho, Villa-Lobos, Bensazoni Lages, Stella Leonardos e tantos e tantos outros.

Mas tínhamos também nossos próprios artistas: Lucílio de Albuquerquer e sua esposa Georgina, cujos quadros acham-se ainda expostos no Museu de Arte Moderna, como obras características da pintura brasileira do século XX; Mattos Pimenta, o reformador da cidade; José Marianno Filho, que cuidava da preservação de nosso patrimônio histórico, opondo-se a todos que o quisessem ameaçar, inclusive a Lúcio Costa, que, no seu entender, estava trazendo para o Brasil uma arquitetura inadequada ao nosso clima; Rodrigo Octavio Filho, o grande acadêmico e orador; Raul Pederneiras, o mestre da caricatura no Rio de Janeiro; Bastos Tigre, o poeta, somente para citar os primeiros.

Em nossa cidade, um novo Rio surgia em contraposição ao velho Rio das epidemias, que, antes, até mesmo, lhe valera o apelido de "cidade necrópole." A obra de Pereira Passos e de Oswaldo Cruz havia resultado numa metrópole saneada, com seus jardins, praças e boulevards clamando para serem exibidos a quem aqui chegasse.

Para tal, um singular evento havia sido concebido, uma grande festa internacional, destinada a congregar gentes de toda a parte, a pretexto de se celebrar o aniversário de cem anos do Grito de Ipiranga. E foi certamente durante a grande Exposição do Centenário, em 1922, que os rotarianos fundadores, percorrendo encantados os imponentes pavilhões de cada nação, construídos especialmente na área que se tornou disponível com o desmonte parcial do morro do Castelo, encontraram inspiração para convencer empresários e governo a organizar, anos depois, um novo evento internacional, este já voltado, então, para- a divulgação de nossos produtos e de nossa potencialidade econômica. A Eeira de Amostras do Rio de Janeiro, a primeira que se realizou no Brasil, perseguida que foi pêlos rotarianos durante alguns anos, insere-se no rol das grandes realizações do Rotary do Rio de Janeiro em prol do desenvolvimento do Brasil. E quando a idéia finalmente se concretizou, foi no Pavilhão da Argentina que se fez realizar, no dia da inauguração, a reunião semanal do Conselho Diretor de nosso clube.

No campo da política, nesse mesmo ano, era fundado o Partido Comunista Brasileiro, cuja ideologia, por abrigar a privação da liberdade e a supremacia do Estado sobre os direitos dos cidadãos, esfacelou-se antes mesmo do final do século, em decorrência da explosão do império soviético. E, certamente, as gerações futuras irão aprender, no grande livro da História, que o ideal rotário de "Servir, Antes de Pensar em Si" maiores benefícios vem trazendo para a humanidade do que as convicções políticas radicais e o fanatismo religioso, advindos eles da direita ou da esquerda.

A década de vinte foi, também, a época das grandes aventuras aéreas, em que os heróis alados, "por ares nunca dantes navegados", ousaram rasgar céus e nuvens, mostrando aos pobres mortais que, maravilhados, os contemplavam, que o homem se tornara em um novo pássaro a voar, mas, nas palavras do poeta, num "pássaro com alma." Gago Coutinho, que naquele mesmo memorável ano de 1922 realizara a primeira travessia aérea sobre o Atlântico Sul, unindo o Tejo à Guanabara, para glória da brava gente lusitana, sempre que esteve no Brasil, freqüentou as reuniões de nosso clube. Seus relatos entusiasmavam a todos e, saciando a sede dos rotarianos com relação às novas aventuras aéreas, permitia que se acompanhasse, mais de perto, os reides de Ramon Franco, Pinedo, Del Prete, Lindenberg e tantos outros. Na década seguinte iria Gago Coutinho trazer-nos o Dr. Ugo Eckner, que, comandando o Graff Zeppelin, chegava ao Rio navegando com o sextante inventado por seu amigo almirante português e, podemos dizer, seu anfitrião em nosso clube. O interesse pelo dirigível foi tanto, que alguns rotarianos e jornalistas brasileiros logo se propuseram a viajar pelo mundo naquela aeronave sem asas, entre eles Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça, a Rainha dos Estudantes, esposa de nosso companheiro Marco Carneiro de Mendonça. Mais tarde, ainda com a lembrança viva das imagens deslumbrantes que, lá dos céus, pôde ver, escreveu um livro chamado Quatro Pedaços do Planeta no Tempo do Zepelim, em que divide com quem quer que o leia aquela bela e singular experiência.

O amor pela aviação não durou apenas uns poucos momentos. Logo os rotarianos perceberam que estavam no limiar de um novo tempo e para que não se sentissem ultrapassados, logo propõem como sócios do clube dois grandes aviadores do Brasil: Godofredo Vidal que, poucos anos antes, participara do histórico reide sobre os Andes, e António Guedes Muniz, hoje considerado o Patrono da Indústria Aeronáutica Brasileira. Quantas e quantas reuniões plenárias de nosso clube foram enriquecidas com palestras sobre aviação.

20130723_US_025.jpg

Princípios

A Prova Quádrupla

A Prova Quádrupla, traduzida em mais de 100 idiomas, é um guia para os rotarianos usarem em seus relacionamentos pessoais e profissionais: 
Do que pensamos, dizemos ou fazemos

  1. É a VERDADE?

  2. É JUSTO para todos os interessados?

  3. Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES?

  4. Será BENÉFICO para todos os interessados?

bottom of page