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Foto do escritorRC do Rio de Janeiro

Lições de História e Fraternidade: Homenagem do Rotary Club ao Uruguai

Atualizado: 23 de set.

O Rotary Club do Rio de Janeiro tem o orgulho de celebrar a rica história e cultura do Uruguai, prestando uma homenagem especial nesta data tão significativa. Hoje (29/08/24), tivemos a honra de receber o Cp. Luciano Ozório, que compartilhou reflexões sobre a independência do Uruguai, comemorada no dia 25 de agosto.

Presidente Indicado 2025-2026 do Luciano Antônio Rosa
Presidente Indicado 2025-2026 do Luciano Antônio Rosa e Presidente 2024-25 Cláudio Aboim

Nesta ocasião, o Cp. Luciano, especialista em Relações Internacionais, nos conduziu por uma jornada através dos marcos históricos e culturais que moldaram o Uruguai em uma nação respeitada e admirada globalmente. Sua abordagem detalhada e reverente ressaltou a importância da independência uruguaia e as contribuições do país para a paz mundial, destacando ainda as inovações sociais e culturais que fazem do Uruguai um exemplo de progresso e humanidade.


Segue o discurso completo do companheiro, onde ele explora a história e as realizações deste país, e reafirma os laços fraternos que unem o Rotary Club do Rio de Janeiro ao Rotary Club de Montevideo, o primeiro clube rotário do Hemisfério Sul.



Texto na íntegra de Luciano Antônio Rosa em homenagem ao Uruguai


"Na Tribuna, Luciano Antônio Rosa, Classificação de Relações Internacionais.

Hoje, o Rotary Club de Montevideo o primeiro do Hemisfério Sul, e nós da qualidade do primeiro Rotary Club brasileiro, celebramos a passagem da data nacional do Uruguai, comemorada em 25 de agosto. Essa data só foi reconhecida internacionalmente em 1828, e representa, como se sabe, a independência do Uruguai, do Império do Brasil.


Porque em 1821, as tropas portuguesas haviam ocupado a banda oriental do Uruguai, e depois de várias escaramuças, finalmente os uruguaios optaram pela independência, chegaram a ser ocupados pelos ingleses durante a Guerra Napoleônica, tentaram se agregar às províncias unidas do Rio da Prata, mas, depois de várias intempéries, optaram pela independência. E hoje, esse país que na época da independência não tinha mais do que 75 mil habitantes, e ocupa uma superfície equivalente a dois terços do nosso estado do Rio Grande do Sul, é uma próspera nação que tem uma projeção internacional muito além da sua dimensão demográfica ou territorial. O Uruguai se fez conhecido e admirado internacionalmente pela sua prontidão em participar de operações de paz patrocinadas pelas Nações Unidas em todo o mundo.


Eu próprio, quando embaixador em Moçambique, fui testemunha da atuação do Batalhão Uruguaio na conquista e estabilização da paz e da concórdia daquele país africano que havia vivido 16 anos de guerra civil. Inclusive, como o Uruguai não tinha representação lá, nós podemos dar assistência consular aos soldados, alguns feridos em acidentes, inclusive alguns acidentes prosaicos. Por exemplo, a mão, era a “mão inglesa” em Moçambique, e uma vez houve um choque de um jipe do Exército Uruguai com um caminhão, porque justamente eles não imaginavam que ali a mão pudesse ser inglesa num país que não era integrante da comunidade.


Mas o Uruguai, além dessa participação nas operações de paz nas Nações Unidas, se destacou internacionalmente pelo pioneirismo em certas ações de cunho social. Foi um dos primeiros países nas Américas a adotar o divórcio, que foi instituído em 1907. Pensemos que a Suíça, que sempre se apresentou como paradigma de civilização, só estendeu o direito do voto às mulheres até o final da década de 70.


O Uruguai, já na Constituição de 1917, reconhecia à mulher o direito ao sufrágio universal, embora isso só tenha sido praticado 10 anos depois. A instrução pública, a informatização do ensino e da agropecuária, e a sua atuação de vanguarda na produção de softwares e na diversificação e solidez do seu sistema financeiro, nos fazem ver no vizinho país, uma espécie de Suíça latino-americana. Em matéria de cultura, o Uruguai se destaca por grandes escritores.


Lembremos do contista Horacio Quiroga, de Juana de Ibarbourou, de José Enrique Rodó. Na arquitetura, os que conhecem e já foram a Punta de Leste, conheceram aquela casa extraordinária projetada pelo arquiteto Carlos Páez Vilaró, a Casa Pueblo, que era uma referência no mundo artístico. E, finalmente, temos uma referência à própria bandeira do Uruguai, que nós estamos vendo aqui, e que apresenta a Argentina como emblema desse sol humanizado, que é o Sol de Maio, que é uma referência ao deus Inca, o Sol Inti, e que, no início do processo de emancipação dos países do vice-reinado da Pávora, em emancipação da Espanha, foi adotado como símbolo dessa luta.


Esse sol está na bandeira argentina, porque a bandeira argentina tem um maior número de raios do que a Uruguai, e também figura em menor destaque nas bandeiras do Equador e da Coroa. Então, enviemos ao presidente do Rotary Club de Montevideo, Don César Padinha, os cumprimentos do Presidente Cláudio Aboim, pela passagem da data do Uruguai, e ouçamos alguns acordes do hino nacional deste belo e estimado país. Muito obrigado."


Nós, companheiros presentes, tivemos a oportunidade de expressar nosso orgulho e gratidão por presenciar a brilhante apresentação do companheiro, Presidente Indicado 2025-2026 do Luciano Antônio Rosa. Com uma oratória impecável e guiado apenas por uma pauta, ele nos cativou ao falar de coração, compartilhando seu profundo apreço pela história e cultura do Uruguai. Sua habilidade em conduzir a homenagem com tanta eloquência e paixão reafirma o valor inestimável de termos em nosso meio um orador tão talentoso e dedicado.


Leitura Complementar

Horacio Quiroga foi um escritor uruguaio, considerado um dos maiores contistas da literatura latino-americana. Ele é conhecido por suas narrativas sombrias e intensas, muitas vezes explorando os temas da morte, da loucura e do sobrenatural. Seu estilo é frequentemente comparado ao de Edgar Allan Poe.
Juana de Ibarbourou (1892-1979) é uma das escritoras mais famosas do Uruguai e da América Latina. Ela é conhecida por seus poemas que celebram a vida, a natureza, e a feminilidade, com uma linguagem clara e apaixonada. Juana é muitas vezes referida como "Juana de América" em reconhecimento à sua influência e prestígio literário.
José Enrique Rodó é considerado um dos maiores intelectuais do Uruguai, e sua obra explora temas como a ética, a educação, e a cultura em oposição ao materialismo e pragmatismo.
Casa Pueblo é uma construção icônica localizada em Punta Ballena, próximo a Punta del Este, no Uruguai. Projetada e construída pelo artista e arquiteto uruguaio Carlos Páez Vilaró, a casa é uma obra de arte por si só, conhecida por sua arquitetura orgânica e curvas brancas que se misturam com o ambiente natural. Originalmente concebida como a residência e ateliê de Vilaró, hoje é um museu, galeria de arte e hotel, atraindo visitantes de todo o mundo. Casa Pueblo é um símbolo da criatividade de Vilaró, sendo uma das atrações turísticas mais famosas da região.
O Sol de Maio, presente na bandeira da Argentina, é um símbolo importante da história da América Latina. Ele representa o deus do Sol na mitologia Inca, conhecido como Inti. Esse emblema foi adotado como símbolo de luta durante o processo de independência dos países do vice-reinado do Rio da Prata, que incluía Argentina e Uruguai. O Sol de Maio é humanizado, representando o rosto do deus, e se tornou um ícone tanto na bandeira argentina quanto em outros símbolos nacionais. Apesar de seu papel histórico ser mais proeminente na Argentina, o Sol de Maio também é um símbolo de emancipação na região.



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